segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Vereador Vagner Souza irá propor correção histórica para Campo Grande comemorar emancipação política em data correta

Com base em fato histórico comprobatório, 14 de setembro de 1858
é a data oficial da emancipação política de Campo Grande.
Em 14 de setembro de 1858, a Lei Provincial nº 114 criando o município de Campo Grande elevou a sua sede administrativa, desmembrando-o do município de Assú.

Porém, e por equívoco, Campo Grande possui duas datas de emancipação política sendo a mesma comemorada em 05 de abril, data em que se refere ao nascimento do Coronel Pompeu Jácome, prefeito de Campo Grande por 06 vezes.

Em conversas com jovens conhecedores de nossa história e baseado em fato histórico comprobatório e, irrefutável, o vereador Vagner Souza irá apresentar um Projeto de Lei que corrige esse erro histórico, fazendo com que os Campo-grandenses comemorem sua emancipação política, de acordo com sua real história.

A fundamentação para o projeto que irá corrigir a data da emancipação política de Campo Grande será feita com base em documentos e relatos dos historiadores João Ramalho, José Régis e Thiago Gondim.

A proposta institui ainda o dia 14 de setembro como ponto facultativo nas repartições públicas e a inclusão da data oficial na bandeira do município, onde irá ler-se: 14 de Setembro de 1858.

Já tem algum tempo que os jovens de nossa cidade abordam esse tema. Em 2010, o Campo-grandense Luiz Guilherme Liberato Klusener, publicou um artigo de sua autoria que já tratava do assunto, inclusive com a relação de fatos históricos.

Segue abaixo o texto publicado No CG NEWS em 2010.

História de Campo Grande
Por Luiz Guilherme Liberato Klusener

Desde minha época de “Ginásio”, vejo nossa emancipação política ser comemorada no dia 05 de Abril, um equívoco histórico, que ano após ano, persiste em permanecer. Não sei se por inércia de quem, por dever, deveria corrigir tal engano, ou se por mero desconhecimento de nossa historia, pessoalmente prefiro acreditar na segunda hipótese.

Convém esclarecer do que se trata o dia 05 de Abril. Trata-se da data de nascimento do Coronel Pompeu Jácome, prefeito de Campo Grande por 06 vezes, nascido em 1866 e que veio a falecer em 20.11.1966. Na oportunidade de seu último mandato foi considerado o prefeito mais velho do mundo, sendo eleito aos 96 anos de idade, fato este com repercussão de nível nacional à época.

Campo Grande possui duas datas de emancipação política, em 14 de setembro de 1858, a Lei nº 114, assinada na época pelo Presidente da província, criou o município com a denominação de Campo Grande. Interesses políticos, entretanto, fizeram com que essa Lei fosse derrogada em 1868, passando Campo Grande a simples posição de distrito do recém-criado município de Caraúbas. Com o advento da Lei nº 613, de 30 de março de 1870, restaurou-se o município com a denominação de Triunfo, sendo estas as duas únicas vezes em que o Município foi emancipado, bem verdade que esta última foi mais uma correção que uma emancipação. Ou seja, juridicamente falando (fatidicamente também), bem como nos registros da Assembleia Legislativa e do Tribunal de Justiça, nada se fala na data de 05 de Abril, o que provavelmente deve ter surgido nos idos dos anos 60 ou 70, com a morte do Coronel Pompeu Jácome.

Necessário se faz dizer que, de uma forma geral, os campo-grandenses são desconhecedores de sua história, historia essa belíssima e recheada de personagens ilustres. Em relação à história e suas injustiças deixemos para outro momento, quero ater-me aqui à necessidade de corrigimos este equívoco em específico, o de nossa verdadeira e legítima emancipação. Para muitos pode parecer algo sem muita importância, mas a data de emancipação é o registro de nascimento de um município (fique claro que quando digo nascimento me refiro ao ato político de criação e não de sua história), ou seja, a independência política e administrativa da Cidade.

Precisamos melhor valorizar nossa historia e fazer justiça com alguns desses momentos, o que para tanto, se faz necessário “informar”, aos filhos de nossa querida terrinha, principalmente aos mais jovens, aqueles que vão contar nossa história, para que equívocos como o de nossa emancipação, não sejam ecoados pela história, e também, para que filhos ilustres não sejam esquecidos, ou ainda pior, não sejam sequer lembrados. Por cultuar a História, fico com o aforismo do filósofo Espanhol George Santayana, em sua obra A vida da Razão, “aqueles que não podem lembrar o passado, estão condenados a repeti-lo”.

Saudações,

Luiz Guilherme Liberato Klusener